Caro
Calvino, permita-me discordar
Segundo as Santas
Escrituras, a escolha para a salvação foi, primeiramente, coletiva — Deus
elegeu em Cristo o seu povo (Ef 1.4,5; 1 Pe 2.9). Daí Jesus ter dito: "...
edificarei a minha igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra
ela" (Mt 16.18). Isso significa que o Corpo de Cristo foi escolhido antes
da fundação do mundo. Não houve, pois, a eleição de uns indivíduos para a salvação
e de outros para a perdição.
Não existe eleição
individual? Na verdade, o plano de salvação abrange todos os indivíduos que vão
sendo incluídos na Igreja por meio da fé na obra de Cristo, como lemos em Atos
2.47: "... acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo
salvos" (ARA). A Igreja já foi eleita, porém ainda há lugar para mais
pessoas nesse Corpo: "... quem quiser tome de graça da água da vida"
(Ap 22.17).
Jesus enfatizou que a
eleição individual é para quem aceita o seu chamamento geral para a salvação
(Mt 11.28-30). Ao afirmar que "... muitos são chamados, mas poucos,
escolhidos", Ele revelou que, das multidões que ouvem o Evangelho, apenas
uma parte o segue (Mt 22.14).
De acordo com Efésios 1.5, o
Senhor "... nos predestinou para filhos de adoção por Jesus Cristo, para
si mesmo, segundo o beneplácito de sua vontade". No entanto, quando os
indivíduos se tornam efetivamente filhos de Deus e parte integrante do povo
eleito? A resposta está em João 1.12: "... a todos quantos o receberam deu-lhes
o poder de serem feitos filhos de Deus: aos que crêem no seu nome".
A Palavra de Deus menciona,
ainda, a eleição individual de alguns homens para o ministério. Paulo afirmou
que Deus o separou desde o ventre de sua mãe e o chamou pela sua graça (Gl
1.15). O mesmo aconteceu com Davi (Sl 22.10), Jeremias (1.5), Isaías (49.1) e
João Batista (Lc 1.15). Contudo, essa escolha soberana do Senhor para o santo
ministério não interfere em seu desejo de salvar a todos os seres humanos (1 Tm
2.4).
Essa eleição individual não
exclui o livre-arbítrio, uma vez que os homens de Deus mencionados podiam
desobedecer à chamada divina. Paulo deixou claro isso ao contar o testemunho de
sua conversão ao rei Agripa: "E, caindo nós todos por terra, ouvi uma voz
que me falava e, em língua hebraica, dizia: Saulo, Saulo, por que me persegues?
(...) Pelo que, ó rei Agripa, não fui desobediente à visão celestial" (At
26.14-19). E se o apóstolo tivesse desobedecido à visão?
Texto extraido do livro Evangelhos que Paulo Jamais pregara - PAG: 103 e 104
Escrito pelo Pastor Ciro Sanches Zibordi, publicado pela editora CPAD.
Observação:
Eu
compartilho do mesmo pensamento do pastor Ciro, acredito que a maioria
dos Pentecostais clássicos também acreditam assim, estarei publicando
mais algumas paginas do belo livro supracitado em complementação desta
postagem.
Não quero levantar polêmicas, mas apenas expressar algo que seja compativel com o que acredito.
Jardel França